A adoção é um ato generoso de amor daqueles que se dispõem a cuidar de indivíduos que precisam de carinho e proteção. Há, contudo, muitos receios e preocupações quanto à escolha da criança, sua herança genética e sua facilidade de inclusão no novo lar. Essas questões precisam ser respondidas antes de os pais tomarem uma decisão tão importante como essa. Entenda, a seguir, como a visão espiritual traz relevantes contribuições para esse debate, esclarecendo e confortando aqueles que decidem por adotar uma criança.
As explicações foram trazidas pela ministra pregadora da Religião do Terceiro Milênio Paula Suelí, no quadro "Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo responde!", da Super Rede Boa Vontade de Rádio:
Antes de adotar, devemos nos preocupar com as “heranças” que a criança pode trazer de seus pais biológicos?
Pregadora — Não. Essas “heranças”, que eventualmente nos preocupam como características genéticas ou casos em que a mãe consumiu drogas durante a gestação e que a criança fica com sequelas graves, são circunstâncias difíceis de enfrentar, mas jamais devem ser empecilhos, pois podem ser vencidas quando nós buscamos o Amparo Divino. Com ele, teremos melhores condições de buscar as providências práticas que isso envolve, como o tratamento médico adequado e uma educação que proteja a criança. É essencial lembrarmos sempre que a educação que nós damos à criança desde o berço e durante toda a sua vida é extremamente definitiva sobre a atitude e a postura dela no futuro. E muito mais do que o reflexo dos seus pais biológicos, ela será o reflexo dos pais adotivos, que a criam e educam. Como encontrar forças para enfrentar alguns empecilhos? O presidente-pregador da Religião do Terceiro Milênio, José de Paiva Netto, compartilha conosco no seu artigo “A força da oração”, o que ele faz em momentos desafiadores:
"Nas horas de dificuldade, quando parece que não há saídas para certas questões, recorro à oração e ganho forças para o trabalho. E não me tenho arrependido, ao concordar com o lema do venerável São Bento (480-547): 'Ora et labora' [Ora e trabalha]".
"Orar e vigiar” foi o que Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, nos ensinou. Então, é essencial fazermos a nossa parte. O amparo de Deus não nos falta e conseguimos vencer todos os desafios, principalmente, quando nos disposmos a um gesto tão generoso como adotar uma criança. Esse Amor Divino impresso na alma das mães e dos pais, sejam adotivos ou biológicos, é o amor capaz de superar qualquer dificuldade.
Como os pais podem lidar com as diferenças entre as características biológicas da criança e a reação da sociedade?
Pregadora — Nós precisamos educar para que as crianças não sejam vítimas do preconceito. Nós vivemos em uma sociedade ainda muito preconceituosa. É natural que hajam grandes diferenças entre pais e filhos biológicos, quanto mais nas famílias com filhos adotivos. Então, é preciso conversar com naturalidade sobre as diferenças e exaltar a beleza da criança. Quando convivemos com as diferenças, nós aprendemos a valorizá-las, pois todos têm o seu valor. Desta forma, é importante ensinar desde cedo que o que torna as coisas mais belas é o nosso olhar. Quem ensinou isso foi Jesus em Seu Evangelho, segundo Mateus, 6:22: “São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso”.
Sendo assim, nós devemos aprender primeiro e ensinar as crianças a enxergar beleza, a perceber como é bom, como é bonito sermos todos diferentes, porque isso nos faz aprender coisas novas. Isso nos faz compreender o mundo de formas diferentes, pois as diferenças estão também nas nossas habilidades, vocações e afinidades. Se a criança não aprende a lidar com isso desde cedo, pode não apenas ser vítima do preconceito, mas uma propagadora dele e nós não desejamos isso para ninguém. Quanto mais aos nossos filhos! É muito importante saber valorizar cada um. Esse é o espírito do Ecumenismo que a Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo nos ensina, que vai muito além das religiões: é amar cada singularidade, amar o bem que existe em todas as criaturas.
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