“Eis que estou à porta e bato” – Qual o significado?

Acompanhe estudo bíblico sobre esse e outros ensinamentos de Jesus em Sua Carta à Igreja em Laodiceia (Apocalipse, 3:14-22).

Rafael Ramalho
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01/12/2023 às 17h20 - sexta-feira

“Eis que estou à porta e bato...” — imagine a força destas palavras de Jesus no seguinte cenário: em casa, a família reunida, protegida dos perigos externos, ceia e conversa animadamente.  

Mesa farta, rostos satisfeitos pela oportunidade rara de se encontrar. De repente, o som da conversa barulhenta e animada é interrompido por uma leve batida na porta e eis que se apresenta, à vista de todos, o Cristo de Deus!   

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“Eis que estou à porta e bato”

Quando Jesus faz essa afirmativa na Carta à Igreja em Laodiceia (Apocalipse, 3:14-22), a literalidade da cena acima nos faz pensar em nosso local de segurança, onde guardamos nossos afetos, nossas convicções, nossos valores.  

Permitir a Divina Influência do Mestre nessas áreas é motivo de conforto para a Alma, esclarecimento espiritual diante dos desafios, força e discernimento para seguir em frente.  

Aprenda mais sobre esse e os outros versículos da passagem:  

Carta de Jesus à Igreja em Laodiceia 

Essa é uma das Cartas que o Cristo oferece às sete Igrejas da Ásia, a quem Ele direciona o Apocalipse, o Livro da Revelação.  

Por ser revelação, o Último Livro da Bíblia Sagrada traz conhecimentos importantes a respeito da nossa vida, do mundo em que vivemos e dos destinos que montamos com o bom ou mau uso do nosso livre arbítrio.  

Dessa forma, se, antes, as sete Igrejas da Ásia eram literalmente comunidades geograficamente localizadas, hoje, seu sentido se expande para toda a humanidade, em seus diferentes estágios de evolução ética, social, política, filosófica, artística, desportiva, científica etc.  

Afinal, o Amor do Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, abrange toda humanidade — como nos ensina o Irmão Paiva Netto, presidente-pregador da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo, em sua série O Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração. 

Por isso, também, sendo um recado do Amor de Jesus, o Livro das Profecias Finais não pode ser visto como um livro de terror. 

Explicando os versículos

Ensina o escritor Paiva Netto, estudioso a mais de seis décadas dos escritos sagrados e da vida Espiritual e humana: 

“O Apocalipse de Jesus não foi feito para apavorar com os caminhos obscuros do mistério, mas para iluminar as estradas da nossa vida, porque Apocalipse significa Revelação. E, como é Revelação, mostra-nos o que estava oculto. E, se descobrimos o que estava encoberto, perdemos o temor das coisas. O desconhecimento é o pai e a mãe da ignorância, a geradora do medo”.  

Na Carta à Igreja em Laodiceia, Jesus, após se apresentar como "a Testemunha Fiel e Verdadeira, o princípio da Criação de Deus" (3:14), nos convida a uma séria reavaliação de foco da nossa existência. 

Devemos olhar à nossa volta sob uma nova perspectiva, mais interessante e real, mas que, por quase nunca estamos dispostos a perceber. Ela é apresentada de maneira eloquente, no versículo 17:

“Pois dizes: Sou rico e abastado e de nada sinto falta; e não sabes que és um miserável, e pobre, e cego, e nu".  

Por mais que estejamos cercados por tudo aquilo que dignamente foi construído pelo nosso esforço e promove uma certa qualidade de vida (casas, carros e outros bens materiais), há um momento em que a nossa Natureza Divina - pois somos Espírito - clama por atenção. “Eis que estou à porta e bato” é a representação dessa urgência em nossas vidas. 

E enquanto isso não ocorre, ou não identificamos a razão do vazio, a busca incompreendida por algo mais pode nos colocar à mercê de um consumismo que não nos entrega nada, de fato — apesar do valor que parte da sociedade atribui, por exemplo: status, poder, fama, entre outros.

Desta forma, o que Jesus faz na Carta à Igreja em Laodiceia é proteger seus discípulos da frustração, tirando o significado falso das coisas, para oferecer a seus amados seguidores algo maior no versículo 18: 

"Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo, para que te faças realmente rico [do conhecimento espiritual comprovado pela experiência]; e vestiduras brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez [com as atitudes inspiradas Nele, cobrir o nosso caráter, protegendo-o espiritualmente]; e colírio para ungires os teus olhos, a fim de que vejas com perfeição [com a luminosidade Daquele que tem 'olhos como chama de fogo' (Apocalipse, 1:14), ou seja a clarividência capaz de ver as coisas como, de fato, são]".

E, à guisa de conforto, nessa igreja de tantos alertas, diz mais o Amigo Sincero: 

"A quem amo, repreendo e castigo, sê, pois, zeloso, e arrepende-te" (3:19).

Vivian R. Ferreira

Para melhor entender o raciocínio, cabe aqui citarmos mais uma reflexão do escritor Paiva Netto, em seu artigo O Senhor do Futuro:

"(...) É precisamente a Profecia que nos dá conforto, porque consolar é também alertar, avisar do perigo que corremos se nos afastarmos do comportamento ético abençoado pelo Criador e intrinsecamente desejado por Suas criaturas, crentes ou ateias (...)". 

E, então, eis que Jesus, no momento crucial do aprendizado introdutório às profecias mais graves do Apocalipse, tais como os Selos, as Trombetas e os Flagelos, nos faz um convite fortalecedor, como a nos nutrir para que percorramos os capítulos seguintes devidamente abastecidos pelo sentido maior da existência que Ele veio trazer à Terra com seu Mandamento Novo:

"Amai-vos como Eu vos Amei. Somente assim, podereis ser reconhecidos como meus discípulos , se tivermos o mesmo amor uns pelos outros" (Santo Evangelho, segundo João, 13:34 e 35). 

E prossegue o Cristo, em Seu Apocalipse, 3:20:

"Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abri-la para mim, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo". 

Comentando essas palavras de Jesus, escreve o Presidente-Pregador da Religião Divina no Artigo Liberdade depreende temperança:

“Jesus bate à porta. Abramos-Lhe o caminho para que, com Ele, possamos usufruir o alimento e a água espirituais que nos bastarão por toda a Eternidade. Dessa forma, nunca mais sentiremos escassez do que nos faz fortes, consoante o Evangelho, segundo João, 6:35 e 51: 'Eu sou o Pão da Vida. Quem vem a mim de modo algum terá fome, e quem em mim crê jamais terá sede! (...) Eu sou o Pão Vivo que desceu do Céu. Se alguém dele comer, viverá eternamente' (...)”.

Notamos aqui o profundo respeito do Cristo ao nosso direito de escolher, pois Ele nos diz: “aconselho-te”, “eis que estou à porta e bato. Porque a decisão pertence a nós.

James Tissot (1836-1902)
Ele cura o coxo.

Nós é que podemos abrir a nossa mentalidade aos assuntos Divinos, estudando e vivendo o Santo Evangelho-Apocalipse do Amigo Celeste, e fortalecer nossa vida e nossos relacionamentos com a riqueza moral e espiritual que o Cristo nos oferece, batendo à nossa porta. 

Obtenha as obras literárias:
Jesus e as sete Igrejas da Ásia — Esmirna
Jesus e as sete Igrejas da Ásia — Éfeso

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