É público e notório, a cada nova obra literária do escritor Paiva Netto, a superação do autor. Faz-me recordar a definição do eminente professor, jurisconsulto e tratadista José Cretella Júnior (1920-2015) ao defini-lo como “um exímio estilista, sempre em dia com as novas”. Entretanto, “Os mortos não morrem”, seu mais recente trabalho, extrapola o talento natural da explanação clara e convicta sobre os mais diversos temas. Na verdade, demonstra a habilidade raríssima de percorrer sem titubear os escaninhos de matéria tão presente na vida das pessoas, envolta, por vezes, em tabus e “mistérios”. Comparo seu livro a um tubo de ensaio que recebe das mãos de meticuloso cientista a dosagem exata, tanto espiritual-religiosa quanto científica, permutando-as sem riscos de contaminação. “Os mortos não morrem” é, na minha modesta opinião, o supino da Doutrina Ecumênica da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo. Nas linhas abaixo procurarei defender este meu ponto de vista.
CRISTIANISMO NASCENTE
"Se Jesus não estivesse ressuscitado não haveria Cristianismo”. Esta reflexão do saudoso Proclamador da Religião Divina, Alziro Zarur (1914-1979), é a mais palmar constatação de que a vitória do Divino Pegureiro sobre a morte não somente proporcionou a fervorosa propagação da doutrina Cristã na Terra, como foi o ponto definitivo para a comprovação da realidade do prosseguimento da vida após a finitude do corpo físico. Nas páginas iniciais de “Os mortos não morrem”, esclarece Paiva Netto:
“E por que escrevo sobre Jesus e Seu Governo Invisível logo no início desta obra? O motivo é bem simples: Dele e de Seus ensinamentos universais nasce a inspiração para fomentarmos o produtivo debate de tema tão fundamental quanto fascinante”. (...) Se estamos aqui hoje, uma vez mais, defendendo o que Ele pregou, foi graças ao esforço de multidões espalhadas por todas as áreas do saber espiritual-humano, pertencentes às muitas correntes do pensamento. Estes luminares pelos milênios, não deixaram no esquecimento as memoráveis lições de humanidade e de Espiritualidade Ecumênica vivenciadas por Ele, testemunhando-as das mais distintas formas, conscientes disso ou não”.
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ETERNIDADE DA VIDA
O que procuro enfatizar é o fato de que a Doutrina Ecumênica da Religião do Amor Universal nasce e se fundamenta na eternidade da vida, corajosamente exemplificada pelo Cristo de Deus, o Divino Estadista. É, a partir dela, que a Religião do Terceiro Milênio fortalece nas consciências o bom uso do livre-arbítrio, exalta a sagrada e incorruptível Justiça Divina, com a misericordiosa Lei Universal da Reencarnação; incentiva a prática das Boas Obras como instrumento fidedigno de auxílio aos que, desesperançados, buscam no horrendo crime do suicídio a enganosa e frustrante fuga da vida, e difunde tudo de construtivo que possa existir no plano das formas, pois está alicerçada pelos Quatro Pilares do Ecumenismo.
+ Quem somos, de onde viemos, para onde vamos?
Com este trabalho literário, o escritor Paiva Netto, além de descortinar a realidade da vida espiritual, reforça a valorosa oportunidade da existência humana. Se pudesse, numa frase, numa reflexão, descrever Os mortos não morrem, recorreria ao meu professor Paiva Netto, quando afirma:
“Acredito na Divindade do Cristo, mas procuro viver sua Humanidade”.
Eis, para mim, o resumo dessa grandiosa obra. O Divino e o Humano como peças fundamentais na engrenagem evolutiva do ser. Haja vista que já revelara o Cristo no Seu Santo Evangelho, quando categoricamente atestou que somos “O Templo do Deus Vivo”.